Olá, pessoal. Como todos sabem, eu gosto muito de lançar um tema para debate, discussão ou até, somente, reflexão. Isto é, questões que permeiam a minha mente e que são pertinentes a serem avaliadas à luz da Escritura.
Esses dias tenho pensado sobre a disciplina eclesiástica. Toda igreja que preza a Escritura, busca em sua organização e manutenção a prática da disciplina dos que estão em falta para com a vida cristã. Isso porque entendemos que o cristão tem obrigação de viver uma vida de obediência a Deus e que Ele, como nosso Pai, disciplina a todos quanto ama. Disciplina não é opressão ou severidade, é um ato de amor. Assim como entre os seres humanos os pais não têm prazer em ver os filhos no erro, tanto mais o nosso Deus Pai e Criador de todas as coisas.
Pois bem… certa vez, enquanto lia o ‘texto-mor’ que trata de disciplina eclesiástica, fui anotando em cada palavra imperativa, os passos da disciplina. No final de tudo, ao invés de contar 3 passos, contei 4. Sei que nunca fui boa com matemática, mesmo assim, ouso colocá-los a pensar: será que existe mesmo esse quarto ponto? Observem Mateus 18.15-22 [de vermelho, anoto os passos]:
(1º passo) Se teu irmão pecar, vai argüi-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão. (2º passo) Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça. (3º passo) E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também a igreja, (4º passo) considera-o como gentio e publicano. Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra terá sido ligado nos céus, e tudo o que desligardes na terra terá sido desligado nos céus. Em verdade também vos digo que, se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer coisa que, porventura, pedirem, ser-lhes-á concedida por meu Pai, que está nos céus. Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles. Então, Pedro, aproximando-se, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete.
Mas, o que seria considerar como gentio e publicano? É fato que é preciso entender como o judeu considerava o gentio e publicano. A história dos povos mostra que o judeu sequer fala com o publicano. No entanto, é preciso lembrar que os judeus sempre foram um tanto exagerados na hora de seguirem as recomendações da Lei de Deus (eram legalistas até demais), tanto é que Cristo deixou bem evidente como se deve tratar o próximo, até mesmo que ele fosse um gentio (no relato da Parábola do Bom Samaritano, em Lucas 10.25-37).
Exageros à parte. Comunhão com aqueles que se rebelaram à disciplina não podemos ter. Por quê? Simplesmente porque deram as costas para Cristo. Para Cristo? Sim, claro. Lembra que Ele disse no texto acima que onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles? Isto é, quando você está sendo disciplinado por um irmão, por três irmãos, ou pela igreja toda, na verdade, é Cristo que está indo até você, discipliná-lo em amor. Então… há como manter comunhão com quem deu as costas para Cristo??? Isso não nos impede ajudarmos, até porque é nosso dever amarmos e ajudarmos até o inimigo (Lucas 6.27-31). Mas é preciso ponderar sobre o tipo de relacionamentos que se deve ter com tais pessoas.
Então, lanço perguntas que têm me inquietado: como se portar com excomungados em redes sociais? É possível perguntá-los ‘tudo bem?’ quando na verdade você sabe que nunca se está bem quando se nega Cristo? Desejar felicidades a quem não tem a felicidade de Deus?
Que não soe como legalismo ou coisa do gênero, apenas entendo que devemos fazer a vontade de Deus em primeiro lugar, então quero mesmo saber e pensar com vocês: como devemos agir para cumprirmos a ordenança de Deus de considerar como gentio e publicano aquele que não acolheu com mansidão a palavra implantada (Tiago 1.21)???
Entendo que exista o 4o passo, mas acredito que esse passo seja evangelismo. Afinal, a rejeição da disciplina serve como marca de que o “irmão” não é um irmão. Afinal, as ovelhas ouvem a voz do pastor, não ouvem? Jesus tratava os gentios e publicanos muito bem, ensinando-os a verdade a respeito do Evangelho. Jesus nos ensinou que devemos amar ao próximo. Gentios e publicanos são próximos! Logo, esse “irmão” deve ser evangelizado. Ele perde os privilégios de irmão sim, mas não devemos dar as costas a ele.
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Prezada Renata,
Um excomungado é uma pessoa que ainda que não tenha sido um irmão, ouviu a pregação do Evangelho, professou crê-lo, desfrutou de bençãos durante o período que esteve como joio no meio do trigo e, ao fim de tudo, voltou as costas para Deus, negou-o como sendo Senhor e Deus… estes são entregues à Satanás e, Pedro diz que por eles não devemos sequer orar.
É uma situação triste mesmo. Claro que isto não nos impede de sermos amorosos com eles, como um bom samaritano, mas a evangelização não cabe mais, infelizmente.
Volte sempre,
Anna
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Concordo com você, Anna. Evangelismo não cabe mais para uma pessoa assim, infelizmente. É orar e entregar o caso nas mãos de Deus. Aliás, há até o risco de sermos arrastados por ela em sua rebelião contra o Altíssimo.
E termos uma atitude compassiva e amorosa para com essa pessoa de maneira alguma contradiz o mandamento de evitarmos a comunhão com ela.
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