Olá, pessoal! Hoje eu vou falar para vocês o meu segundo post sobre a família. Meu foco está no ‘homem da casa’, o pai. E, para melhor clareza das minhas idéias, elaborei alguns tópicos que considero importantes na atuação do pai na família. Claro que há outros itens importantes, mas eu teria de escrever um livro para isso, o que não é possível agora, rsrsrs. Mas essa introdução já serve, acredito, para que os leitores pensem a respeito de suas práticas e as mulheres aprendam mais sobre aqueles a quem devem submissão. Bom, deixemos de ‘enrolação’ e vamos às filosofias de Anninha:
1. Autoridade x Autoritarismo
No mundo de hoje, dominado pelos pensamentos humanistas, temos visto um forte combate à autoridade do homem no lar. Mas, na verdade, esses pensamentos estão com o foco distorcido. Ao invés de combaterem o autoritarismo, estão empenhados em erradicar a autoridade.
Autoritarismo não é correto. É abuso de autoridade. É querer ser superior ao outro, sem considerar suas limitações, sua humanidade, sua capacidade de reflexão. Por outro lado, autoridade é comandar, coordenar, determinar.
Por exemplo… logo ao criar os seres humanos, a primeira coisa que Deus nos deu foi “autoridade”. Autoridade para governar a criação: “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra” (Gn 1.28).
Se você ainda não sabe, a sociedade é o resultado da família e, se na sociedade há hierarquias, é porque na família também existe. E esse princípio (hierárquico) foi dado por Deus. Ao homem cabe a tarefa de governar, de ser a autoridade máxima. Repito: autoridade e não autoritarismo!
2. Provedor do Lar
Este segundo tópico tem sido destruído no mundo da pós-modernidade, até mesmo sem que percebamos. O mercado tem investido bastante na mão-de-obra feminina por custar mais barato no bolso das empresas. Assim, muitos homens têm perdido a oportunidade de prover as necessidades do lar, a ponto de serem obrigados até, a cuidar das tarefas domésticas enquanto suas esposas cuidam de manter a casa, com o emprego.
Não é este o padrão de Deus para a família. O salmo 128 (salmo da família, como eu costumo chamar) diz no versículo 2, ao pai: “Do trabalho de tuas mãos comerás, feliz serás e tudo te irá bem”. É necessário que o homem seja o provedor do lar, que não abdique desta tarefa ímpar que o Senhor deu. Isso implica, inclusive, ter sensibilidade para verificar quais as necessidades de seus familiares e, a partir de suas posses, saciá-las.
Se por forças circunstanciais muitos lares estão aquém do padrão estabelecido por Deus, é hora de colocar joelho em terra para que Deus providencie trabalho ao pai, a fim de que ele possa sustentar o seu lar e honrar com a tarefa que lhe foi dada. Tenho certeza, ou melhor, tenho fé para crer que Deus dará, porque Ele honra aos que amam e obedecem Sua Lei e, também porque Ele nos deixou a promessa de que “…se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, Ele nos ouve” (1 Jo 5.14). É da vontade de Deus que o pai seja o provedor do lar, significa que o homem estará vivendo a vida comum do lar (1 Pedro 3.7). Confie na promessa. (Apenas lembro aos nobres leitores que o tempo de Deus não é o nosso. Às vezes o relógio de Deus parece atrasar, mas Ele faz tudo num tempo perfeito. Resta-nos perseverar em oração).
3. Relacionamento com a esposa
A nossa sociedade costuma criticar severamente a postura do casamento como uma renúncia, mas na verdade, todos que se casam sabem que o casamento implica muitas renúncias. É uma pena que, na maioria das vezes, entendam a renúncia mais por parte da mulher que do homem, quando na verdade, há renúncia de ambos. E renúncias igualmente dolorosas, considerando a estrutura emocional de cada um. O fato de Jesus vir ao mundo implicou uma grande renúncia. Em Filipenses 2.5-11 está escrito que Ele se esvaziou da sua glória, assumindo a condição de servo, vindo ao mundo por pecadores miseráveis como nós o somos. Creio que é sobre renúncias assim que Paulo se referiu ao dizer que o marido deve amar a esposa a ponto, inclusive, de se entregar por ela: “Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela” (Efésios 5.25).
Eu fico me perguntando se há possibilidade do marido amar a esposa como ordena a Escritura e ser, ao mesmo tempo, autoritário?! Acho que isso é meio impossível, porque a partir do momento que você ama de forma sacrificial, então você considera o outro superior a si mesmo (Filipenses 2.3). Por outro lado, se você me diz que ama a sua esposa com este amor sacrificial, mas demonstra toda uma postura autoritária, tirana… hum, bem… acho que fica difícil acreditar em você.
4. Relacionamento com os filhos
Ah! Os filhos! Os filhos são herança do Senhor, como diz o salmo 127. O homem que cuida do seu lar instrui os seus filhos no temor do Senhor, tendo, antes, a Lei de Deus gravada em seus corações (Deuteronômio 6.6).
É interessante notar que Deus se preocupa tanto que o pai instrua a família, que nos deixou vários exemplos catastróficos de pais que não cumpriram esta missão. Cito aqui o caso do profeta Eli que, por falta de instruir seus filhos, recebeu dura repreensão do Senhor e ainda justo juízo (1 Samuel 3).
Ainda destaco que em Efésios 6.4 há uma ordem destinada aos pais. A palavra ‘pais’ é explicada pela maioria dos comentadores como se referindo ao pai no plural e não ao pai e mãe. Neste caso, há uma tendência de que o pai provoque os filhos à ira, ao que o apóstolo adverte que não façam isso, antes, criem-nos na disciplina e na admoestação do Senhor.
Este mandamento está fortemente enraizado ao princípio da coerência. Muitos pais costumam impor suas exigências por meio da fala e derrubam toda sua autoridade para com seus filhos por meio da ação. Em educação e relacionamento de filhos fala e ação devem estar intimamente ligados, sendo que, esta sempre fala mais alto que aquela.
Assim sendo, a sugestão é que os pais atentem para as suas próprias falas e atitudes e reflitam sobre qual ensinamento que elas trazem sobre seus filhos, para que não lamentem depois os resultados desastrosos como fez o sacerdote Eli.
5. Uma postura dialogal
A Bíblia fala muito a respeito de como é importante recebermos conselhos e instrução e isso só acontece quando acompanhado do diálogo. Assim sendo, é importante que o pai apresente uma postura dialogal com sua esposa e seus filhos.
Deuteronômio 6, quando fala que o pai deve instruir o filho, fala de momentos oportunos de conversa entre pai e filhos (ao deitar, ao levantar, andando pelo caminho…). Isto tem sido bastante negligenciado nos dias atuais, mas por isso não deve ser deixado pra lá. É bom que o pai persista nessa tarefa e crie vínculos sólidos de conversa, de diálogo, afinal, um dos muitos textos que envolve diálogo diz: “dá instrução ao sábio, e ele se fará mais sábio ainda; ensina ao justo, e ele crescerá em prudência” (Provérbios 9.9).
E quanto à esposa, Pedro (1 Pedro 3.7) diz aos maridos que tenham “consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil”. Acredito que, se ele compreende a estrutura da sua esposa, certamente estará aberto a instruí-la, a conversar e compartilhar com ela, com palavras sábias e edificantes, sempre seguindo o conselho da Palavra de Deus.
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Penso que ser um homem reto é uma tarefa muito difícil. Mas não é impossível, ainda mais, quando temos a consciência de que aquele “que faz a vontade de Deus permanece eternamente” (1 João 2.17b). Que Ele capacite cada homem, cada chefe de família a ser um homem segundo o coração de Deus
O deprimente personagem Homer Simpson, o pai panaca e omisso, representa bem a figura paterna desconstruída pela pós-modernidade. Gostei de suas considerações acima, mas quero chamar a atenção também para o papel de guia espiritual de seu lar que o pai cristão deve ter, outra coisa negligenciada aqui. Reproduzo aqui trecho de um ‘post’ meu no fórum Monergismo:
“Em virtude de uma exegese equivocada de 2Tm 1.5, muitos irmãos firmaram o entendimento de que quem tem que assumir a frente na educação religiosa dos filhos na casa é a mulher, usando isso como pretexto para a sua omissão e prevaricação.
Todavia, por At 16.1 ficamos sabendo que a mãe de Timóteo era casada com um pagão – algo inadmissível para uma filha de Israel (Ex 34.15,16; Dt 7.2,3; Js 23.23,13; Ed 9.1ss; Ne 13.23-27). O casamento misto, por sinal, continua proibido na Nova Aliança (2Co 6.14-17). Em algum momento de sua vida, portanto, aquela mulher desobedeceu abertamente ao preceito bíblico e uniu-se a um gentio. Timóteo, por causa disso, nem circuncidado foi na infância, como se infere por At 16.3, mais uma vez contrariando o expresso mandamento de Deus (Gn 17.9ss). Consequentemente, a passagem de 2Tm 1.5 é descritiva, não prescritiva, como os pais crentes acomodados erroneamente pensam”.
Finalizo parabenizando a blogueira por esse artigo tão oportuno e atual.
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Vanderson…
Mto grata pelas suas considerações. Sempre pertinentes ao texto.
Fiquei com algumas dúvidas quanto à explicação sobre Eunice (mãe de Timóteo), mas vou estudar mais sobre isso, até porque ela, inicialmente, era um exemplo de mãe que ensinava seu filho a Palavra de Deus, como diz em Timóteo, e eu pretendo usar esse fator no post em que falarei sobre as mães, posteriormente.
Não que seja uma tarefa apenas das mães, mas é, também, das mães.
Abs e mais uma vez, obg pela visita.
Anna
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“…outra coisa negligenciada hoje…”, não “…outra coisa negligenciada aqui…” (desculpe-me pela falha).
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Anna, Eunice continua a ser um exemplo de serva de Deus, mas no começo errou quando se juntou a um homem pagão. Desse relacionamento nasceu Timóteo. Casamento misto era e é proibido pelas Escrituras. Porém, graças a Deus que, em Sua misericórdia, perdoa os “escorregões” morais de Seus filhos e os corrige, reconduzindo-os ao reto caminho (caso de Davi e Pedro, v.g.) A influência dela sobre a educação religiosa do filho é enaltecida por Paulo, que não menciona o pai (e com certeza foi esse que não deixou Timóteo ser circuncidado conforme prescrito pela Lei). Mesmo assim, a piedosa Eunice, em seu zelo por ensinar a Bíblia ao filho, é para ser seguida por toda mãe cristã.
Mas que não sirva de pretexto para os pais crentes acomodados e negligentes se furtarem ao seu dever (já ouvi muitos usarem o exemplo dela para sustentar a tese de que quem tem que se encarregar da instrução dos filhos na Palavra de Deus é a mulher).
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Hum… entendi a explicação. Vanderson. Grata pela atenção em trazer novos dados! 🙂
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Um outro aspecto que tem sido negligenciado pelos pais atuais, mesmo os cristãos, é a quantidade de tempo que se passa junto aos filhos. Fala-se muito em “tempo de qualidade”, uma desculpa para a falta de tempo para os filhos.
Como o texto de Deuteronômio 6 fala, é preciso gastar muito tempo com os filhos. Penso que a principal ameaça a isto é a busca louca pelo sustento, acumulando trabalho sobre trabalho, ignorando que é o Senhor quem provê todas as coisas de que temos necessidade.
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Sim, muitos pais têm negligenciado esse fator também. E olhe que no Brasil a jornada de trabalho é de 8 horas…
O pior é que o pouco tempo que resta, os pais ‘tangem’ os filhos pra lá, mandam-nos fazerem silêncio para prestarem att na TV… não é à toa que muitos filhos desejariam ser o aparelho de TV da vida dos pais.
Sábia colocação, Filipe, obrigada!
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Anna, como sempre, suas colocações, textos e reflexões fazem bastante sentido. Obrigada por compartilhar tal sabedoria conosco. Abraço forrrrrrrrte! saudades!
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Samyyyyyyyyyyy…
Feliz por sua visita, flor! Que bom que vc gostou do texto. Venha sempre por aqui e fique à vontade, se quiser expor suas ideias nos comentários, também.
Bjão, amo mto!
Anninha
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